January 18, 2013

Feminismos e afins

Ena pá, não sei bem o que pensar deste tipo de artigos. Até me sinto mal quando discordo deles, porque  parece que estou a desprezar todas as mulheres que já tiveram de lutar pela nossa igualdade e por coisas que hoje damos por garantidas. Mas reivindicar o rosa?

Agora o que não percebo é esta atitude "ah não nos tratem de forma feminina" porque somos iguais. É aqui que discordo. Sim, somos iguais em direitos e deveres, mas acho que somos muito diferentes a outros níveis. E, sinceramente essa é a graça da vida. Ora para que é chatearem as marcas que fazem coisas brilhantes e cor de rosa? Se não gostam não compram, levam o cinzento para casa e ninguém se chateia. Se não gostam de compras também está tudo bem, mas há quem goste e é assim a vida, feita de diversidades. Mas a verdade é que se as marcas continuam a fazê-lo é porque vendem. E aí entram os argumentos de que só vendem porque as meninas são educadas no mundo rosa e que depois não querem outra coisa. Ora aí é que acho que estão a menosprezar a nossa inteligência. E porque é que o rosa não pode conviver com inteligência e neurónios?

Fruto da luta que houve durante anos pela igualdade das mulheres, houve sempre a ideia de que uma mulher tinha que ser igual ao homem no trabalho, na atitude, para provar que era realmente igual e capaz. Isto foi verdade e eu sei que ainda o é em muitas situações. Mas também acho que devíamos evoluir agora para outro estágio. Uma mulher pode mandar, ser chefe, ser válida mas ser feminina também.

Tenho a prova em casa de que o rosa às vezes já vem no ADN das pessoas. Antes de ter filhas eu era completamente anti-rosa. Achava piroso, fútil e chato. Até pintei o quarto dela de azul. Desde cedo, o rosa, os brilhantes e purpurinas lhe provocaram um efeito hipnotizante. A miúda gosta, é super feminina. Sou mãe e logo suspeita, mas não a acho parva. É por estas e por outras que achei tanta graça a um filme fútil de tarde de domingo que vi à uns anos: o Legally Blond. Apesar de ser um filme despretensiosamente comercial queria passar a massagem de que cada um é como é, mais ou menos produzido, e não é por isso que é burro ou incapaz.

Fui educada em Portugal, com esta nossa visãozinha destorcida cristã, numa cidade pequena onde andar "produzido" era sinal de vaidade, de nariz empinado, de futilidade e provocação. Ora que mal é que tem alguém gostar de se sentir bem consigo mesmo?

Sei lá, só não percebo esta corrente... principalmente quando há tantos outros problemas gravíssimos e horríveis no mundo relacionados com o sexo feminino que me fazem parecer esta, uma causa muito fútil.

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